sábado, 21 de novembro de 2009

In the Light

Para nós, seres humanos, não há clareza ou transparência absoluta. Não há luz. Ninguém consegue “ser o que é” totalmente. Sempre haverá algo a mais a descobrir, a saber. Por mais que você saiba sobre as pessoas, não se engane; poderá saber mais e se assustar – ou não. E isso também vale para a descoberta de nós mesmos: às vezes nos surpreendemos com alguns sentimentos e vontade próprias. E nos assustamos, pois pensamos – vejam só – que ainda temos alguma moral. Esquecemo-nos qual é a nossa real natureza humana. E por isso nos assustamos, mas não deveríamos.

Eu sempre vejo frases do tipo: “O importante é ser você”, “Sou o que sou e ninguém vai me mudar”, “Eu sou assim, não me peça pra mudar”, “Welcome to my life”. Eu vejo tudo isso e rio. Acho engraçado como as pessoas querem porquê querem demonstrar sempre uma boa imagem, uma imagem de transparência, de valorização do verdadeiro ser. Infelizmente eu não acredito nisso. Como eu disse anteriormente, acredito que ninguém “é” totalmente. Ninguém mostra o que “é” por completo. Porque, na verdade, o que “somos” revela uma terrível imagem – que tanto queremos esconder.

Quanto mais queremos ser autênticos, mais nos tornamos falsos. Nossa vontade constante de manter e mostrar o bom é uma tentativa fracassada de sepultar o que existe de mais ruim, mas que faz parte da nossa natureza. Está impregnado em nosso ser.

Enfim, o ser humano é uma merda. Ele é uma merda não por ter uma natureza terrível, mas por não assumi-la.

E (o ser humano) só será feliz quando reconhecer e assumir sua verdadeira identidade; sua identidade sombria, errônea, livre de máscaras, de falsos adornos. Só será feliz quando não buscar por contra própria a luz; pelo contrário, será feliz quando reconhecer sua própria escuridão e se deixar ser invadido pela luz. A luz da verdade, que é Jesus Cristo.

O homem não caminha à luz. Sua tendência não é essa; ele caminha para o ruim, o pecaminoso. Isso é a VERDADE, não tentemos esconder. O que resta é reconhecer sua identidade e deixar-se ser invadido pela luz de Cristo, a única capaz de dissipar as trevas mais profundas. A única capaz de entrar calmamente nos túneis sombrios do nosso coração e trazer esperança a ele.


Sobrepondo (inspiração para o texto):


"Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz." Lucas 8:17

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
Jeremias 17:9




DC Talk - In the light

domingo, 15 de novembro de 2009

Ponto de partida

Ponto de partida
para amar,
para perdoar,
para assumir,
para reconhecer.

Partir de um ponto:
Para quê serve mesmo?

Ponto de partida
Que não acho
Onde está?
Não conheço.

Daqui para o futuro
que serei eu?
Ponto de partida para
mais um novo projeto
mais uma nova moda
nova camisa, novo penteado
novas angústias...

Coisa mais nova que se veja
que se sinta, que se cheire
que se aperte, que estrangule
Que seja...
Enfim, que seja!

Ponto de partida
para se tornar uma pessoa;
uma nova pessoa,
um novo estilo,
um novo pensamento.

Partida para um ponto:
Para quê serve mesmo?

E novas datas virão
e novos pontos
e novas partidas
e novos inícios
e novos horrores!
Estou na mesma, estou na minha.

Ponto de partida
para Te ver, te amar
pare Te ver e não me enganar
para Te ver e não te esquecer
para Te ver e reconhecer.

Ponto de partida...
Para quê serve mesmo?

domingo, 8 de novembro de 2009

Esperança Branca

A esperança é branca.
É Branca e não se abala
à intensidade negra da solidão.
É branca e não se deixa levar
pelo céu azul, sol amarelo
e amor cor-de-nada.

A esperança é branca
de noite ávida,
de dia vida,
outrora se foi
presente é agora
Sim, é branca!

É Branca
e não se vê mais nada:
pairamos sobre a imensidão,
sem nada o que ver,
nada a se falar,
Apenas aptos a sentir
Branquidão branca
que tornou-se a esperança.

Notável é esse sentimento
Pois passam-se os rios
morrem as pessoas,
sentimos muito, ora.
Mas ela, a esperança,
branca,
como folha de papel,
há de ficar
(ela está),
a embrulhar
o meu dinâmico músculo:
se não é ele, o coração!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O homem no espelho

Não gostaria de escrever sobre o modo de vida das pessoas ao meu redor. Não gostaria de criticar. Não quero julgar os procedimentos errados, nem os procedimentos certos. Penso que não devo me meter nesse mundo, pois esse mundo não é meu; essas mentes não são minhas.

Não quero falar mais do azul do céu, do verde das árvores, do vermelho da violência, do branco da ignorância. Não quero saber de cores usadas e velhas.

A vida repetida em que eu me encontro me traz ânimo, vai e volta, e me joga no mais profundo abismo que se possa imaginar.

Estou cansado dessas palavras esgotadas. Não agüento mais repeti-las e repeti-las e repeti-las.

Não sei mais porque o relapso é tão relapso que se torna a coisa mais compreensível e linda desse mundo. Não compreendo as vontades incontidas, não compreendo a sensatez que não vale e nem significa nada. Estou aflito, pois vejo as coisas acontecerem de uma forma tão brutal, tão grandiosa, tão brilhante, tão profunda, que quanto mais eu fujo, mais perto eu estou! E eu não quero estar perto...

Não quero falar sobre isso. Não quero viver isso. As palavras vêm ao entorno de mim, me envolvem, me dominam e por mais que eu não queira, sou obrigado a libertá-las. Mas eu não quero essa sujeira, não quero essas palavras usadas – repito! Não quero essa vida usada – repito novamente, e não me importo!

Não me sinto apto pra descrever nada. Não sei até quando isso vai durar. Não sei o que é isso.

É o mistério do não-mistério. É a vida pelo o avesso.

Para você, que me lê, entendo que seja difícil entender. Mas, é isso. Eu sou isso. Só isso.

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