segunda-feira, 19 de abril de 2010

Só porque só

E o que me restou?
Essas palavras fatigadas
E uns poucos amigos
Que mal conheço...

E também um pouco de dor
Para temperar as lembranças
E condecorar o futuro
Ah, e para massacrar o presente.

E, talvez, quem saiba,
Esse velho mundo
De tantos olhos
E de tantas pernas
De tantas pessoas...
E de tanta gente.

E esse meu ser cansado
Desesperado
Sempre procurando
A vida entre as coisas
E as coisas entre a vida
E nada consegue encontrar...
O mais triste!
E se encontra,
Encontra tão tenebroso,
Antes não encontrasse!

E só hoje eu fui entender
Aqueles versos, tristes versos,
Que diziam:
“Se me ama, me entenda e me sufoque
Caso contrário, de verdade, me esqueça...”

Está prestes a amanhecer
E novamente eu não sei o que fazer...
Talvez um dia eu entenda, ou não.

sábado, 3 de abril de 2010

Ínfimo

Imploro a você:
Mude, não seja assim!
Eu peço a você
Não fique implorando
As mentiras vendidas
As verdades roubadas...
Eu te imploro, não faça isso!

Há tempos oscila
E não sabe o que quer
E não sabe onde quer chegar...
Descalço, assim, de certo
Não chegará a lugar algum.
Imploro: vá para longe!

Já não pensa direito
E nem interpreta
as empolgações
de antigamente.
E venceu o prazo
de antigamente.
E antigamente inexiste...

E se houver uma chance
Pequena que for
Humilde que for
Aproveite-a
e saia dessa vida!

E quem sabe você alcance
(mínima flor, mínima chance)
E quem sabe essa chance
te liberte do espelho em que vive!
Mínima dor, mínimo alcance...

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