terça-feira, 25 de maio de 2010

LOST in my eighteen years



Ontem vi o último episódio de LOST, uma série que tanto amo e tanto aprendi a admirar. Por que? Por simples distração, por achar interessante (e muito interessante!), por me identificar com as histórias. Mas o fato é que essa “despedida” me deixou muitíssimo triste. Já ando triste, na verdade. Fiquei ainda mais. Triste pelo final da série, por não ter mais uma série para acompanhar, enfim. Vários motivos. Estava gripado, além de tudo. E nada pior do que gripe. Gripe mais o o seriado da minha vida acabando mais a tristeza de costume. Sem exageros: fiquei mal. Fui dormir tenso, pensando na série, pensando na vida, pensando em tudo.

Como se não bastasse, hoje completo dezoito anos de vida. Isso, claro, segundo o calendário Gregoriano. Que me alma é muito mais velha, quem costuma ler este blog já sabe. Dezoito anos! Não quero ficar poetizando uma coisa banal na qual não há muita poesia. Com certeza não quero isso. Entretanto, confesso que isso me incomoda. Essa frase torta: dezoito anos. É tenso, como costumo dizer. Fiquei o dia inteiro (de 07:30 às 17:18 no trabalho, saibam) pensando nisso. Na minha insistente maioridade, na minha alma velha. Fiquei pensando na vida o que me levou um questionamento clichê: O que ficou marcado nesses dezoito anos? E o que ficará marcado após eles? Em primeiro lugar eu falo que é a minha fé. Minha fé, pequena mais insistente. Depois da fé vem as pessoas. Não há como negar: os relacionamentos, bons ou maus, permanecem. Pesa-me um enorme cargo dessas lembranças. Essas pessoas. Devo dizer que muita gente boa passou por mim. Outras nem tanto, mas essaa eu soube jogar fora. Que bom! Muita gente boa, que me fez rir, me envolveu, me ouviu, me exortou, me fez enxergar. Gente, alguma, creio eu, vinda do próprio Deus.

Hoje, por algum motivo, sou mais só e solitário. Opto por isso gradativamente, dia após dia. Pessoas que um dia me alegraram, foram embora. Algumas que eu amei, aprendi a desamar. Sim, sou mais só. E com a solidão veio a maturidade (bem antes dos dezoitos gregorianos), a sabedoria, o cansaço. E isto não é mau.

Dezoito anos de vida. Dezoito anos de memórias. Dezoito anos de acontecimentos. Dezoito anos de pessoas! Hoje, é claro, há novas pessoas em minha vida. Algumas permaneceram até hoje, desde que eu me entendo por gente. Outras permanecem em um email-de-vez-em-quando, um telefonema-de-vez-em-quando, um encontro-de-vez-em-quando. Mas tudo bem. Deixe estar.

LOST falou sobre pessoas. Nesse final, então, ficou descaradamente – para mim – que se tratava (e sempre se tratou!) de uma série sobre relacionamentos, sobre pessoas, sobre superações, sobre mudanças para e pelas pessoas. É por isso que eu tanto me identifiquei com a série. Uma série coma uma ótima equipe formada por ótimas pessoas. Pessoas, que agora, irão seguir um novo caminho. O drama se mistura à vida real: pessoas vão e voltam e seguem o fluxo; marcam ou passam despercebidas.

Ok, não conseguirei terminar esse texto fazendo um paralelo digno entre meus dezoito anos e LOST. Mas esse paralelo existe! Deixarei a você, leitor inteligente, o faça. Se quiser, é claro.

No entanto quero agradecer a todas as pessoas que se preocupam comigo, àquelas que mandam mensagem quando estou mal, àquelas que me falam sobre Deus quando Deus parece estar longe, à minha mãe, meus irmãos, meu pai, àquelas que simplesmente me ouvem ou simplesmente me deixam falar. Às pessoas dos meus dezoito anos: muito obrigado, vocês fazem parte de mim.

domingo, 2 de maio de 2010

Para que se tornem céu - 2

Quando se está triste, é necessário constatar coisas desagradáveis. Não adianta mais querer esconder. Se é que já conseguiu esconder algum dia. Se é que realmente acredita-se que já se escondeu. Quando estou assim, sou eu e só eu. E essa verdade, inoperante há alguns tempos atrás, mostra-se viva e corrosiva.

Vontade não se tem mais. Valorizar não se pode mais. E nem se quisesse. É tarde mais, é cedo demais, tudo confuso, tudo ao mesmo tempo. Só sabe-se que: não dá mais.

Náo dá mais: não se sabe.

E o pai e a mãe, você constata: não são seus. Vivem suas vidas sem você, não morrerão se você morrer. E os irmãos também; tem suas próprias pessoas para amar. Não se pode confiar.

E os amigos? Antes tinha aos montes, depois uns dois ou três, agora não se sabe mais. Mas todos tem suas próprias razoes, seus próprios modos, seus jeitos singulares, suas maneiras de compor a música da vida. E chega um ponto que não há mais nada para você, você não pode enxergar.

A vista escurecida. Uma paz estranha, imersa na tristeza. É assim que se você se sente. Não adianta chorar ou correr - como se pudesse chorar ou correr!

E essa vida, também constata-se, não sua. É emprestada. É Avessa, tenebrosa, e não é sua! Tempos atrás, podia-se até acreditar. Mas agora não. Tudo tão opaco...

É... chega um ponto, DEUS, que a conclusão é compacta, é certa: eu só tenho Voce. É o momento que tem, que deve-se, concluir: eu existo por você e para você.

Todos não existem mais. Mas você sim!

Perdoe-me por perceber isso só agora.

Te amo, Wendell – seu eterno errante.

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